Brasil estuda criar sistema próprio de navegação para reduzir dependência do GPS dos EUA

Tecnologia2 weeks ago

Em um movimento estratégico voltado à soberania tecnológica e segurança nacional, o governo brasileiro está avaliando a criação de um sistema próprio de navegação por satélite, com o objetivo de reduzir a dependência do sistema GPS norte-americano. A iniciativa está sendo analisada por órgãos ligados ao setor aeroespacial, defesa e tecnologia, e pode representar um marco na autonomia digital do país.

Atualmente, o Brasil — como a maioria das nações — utiliza majoritariamente o Global Positioning System (GPS), operado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Embora gratuito, o sistema é controlado por uma potência estrangeira, o que levanta preocupações sobre eventuais limitações de acesso em contextos de tensão geopolítica ou conflitos regionais.

De acordo com fontes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o projeto brasileiro prevê a ampliação das capacidades do sistema já existente — o SISNAV (Sistema de Navegação por Satélite), ainda em estágio embrionário — e possíveis parcerias com blocos internacionais, como a União Europeia (Galileo) ou a China (Beidou).

O novo sistema teria como foco inicial aplicações civis e estratégicas, como aviação, defesa, agricultura de precisão, logística e monitoramento ambiental. Especialistas defendem que o investimento, embora elevado, traria benefícios duradouros, especialmente em um cenário de digitalização acelerada e necessidade crescente de dados georreferenciados com alta precisão.

“O Brasil tem capacidade técnica para liderar esse tipo de projeto na América Latina. Um sistema próprio de navegação garante autonomia e coloca o país em outro patamar na geopolítica tecnológica”, afirma o engenheiro aeroespacial Carlos Matos, professor da UnB.

A medida acompanha tendências globais: Índia, Rússia, China e União Europeia já operam ou desenvolvem sistemas alternativos ao GPS. O debate sobre soberania digital e infraestrutura crítica ganhou força após episódios de tensão internacional que evidenciaram a vulnerabilidade de depender exclusivamente de serviços externos.

O governo ainda não divulgou um cronograma oficial para o projeto, mas já há movimentações orçamentárias em andamento para estudos técnicos e desenvolvimento de protótipos.

FONTE: horadopovo.com.br

Leave a reply

Siga-nos nas redes
  • Facebook7,3K
  • Instagram8.1K
Loading Next Post...
Loading

Signing-in 3 seconds...

Signing-up 3 seconds...