A reunião anual do Grupo Bilderberg, realizada neste fim de semana em Estocolmo, na Suécia, destacou a crescente preocupação das potências ocidentais com o uso de tecnologia em estratégias de defesa e dominação geopolítica. Executivos de alto escalão de empresas como Palantir, Thales e Microsoft, além de generais da Otan, parlamentares e especialistas em cibersegurança, participaram dos debates a portas fechadas.
Entre os temas centrais da pauta esteve o avanço da inteligência artificial militar, sobretudo no desenvolvimento de drones autônomos, vigilância preditiva e guerra cibernética. Países como China, Rússia e Irã foram citados como protagonistas de uma nova corrida armamentista tecnológica, o que vem sendo interpretado por analistas ocidentais como um movimento de consolidação de um “eixo autoritário digital”.
Segundo apuração do The Guardian, a crescente sofisticação da IA chinesa em aplicações militares e de controle social está gerando inquietação nas democracias ocidentais. A presença cada vez maior da Huawei, TikTok e outras plataformas chinesas na infraestrutura digital global foi apontada como ponto de atenção tanto do ponto de vista econômico quanto de segurança nacional.
O evento também abordou o risco de dependência tecnológica em semicondutores e sistemas de comunicação controlados por países adversários, além de propor a intensificação de investimentos em tecnologia de defesa nos países da Otan. A urgência em estabelecer marcos regulatórios globais para IA militar também foi levantada, diante do temor de uso descontrolado dessas ferramentas em conflitos futuros.
Embora os detalhes das discussões do Bilderberg tradicionalmente não sejam divulgados, os temas desta edição indicam que o campo tecnológico está, cada vez mais, no centro das disputas por influência global — com impactos diretos na segurança, economia e política internacional.
FONTE: theguardian