A construção do novo supercomputador da xAI, empresa fundada por Elon Musk, na cidade de Memphis, Tennessee (EUA), está gerando controvérsia e reacendendo discussões sobre os custos sociais e ambientais da corrida global por inteligência artificial. O projeto, que promete entregar o computador mais poderoso do mundo, será operado pela xAI em parceria com a Tesla e a gigante de data centers Xcel.
O equipamento deverá impulsionar os sistemas de IA desenvolvidos por Musk, incluindo o Grok, rival direto do ChatGPT, e será alimentado por dezenas de milhares de GPUs de última geração. No entanto, líderes comunitários e ambientalistas locais criticam o projeto, citando a falta de diálogo com a população, os riscos de emissão de poluentes tóxicos e o impacto sobre a infraestrutura de energia da cidade.
Segundo reportagem do Tennessee Lookout, moradores do distrito de Frayser, onde o supercomputador está sendo instalado, afirmam que não foram consultados nem informados adequadamente sobre os planos. Muitos expressam preocupação com a possibilidade de gentrificação, aumento no custo de vida e uso intensivo de energia elétrica, num estado que já enfrenta desafios de sustentabilidade.
O projeto também levanta questionamentos sobre a concentração de poder computacional em mãos privadas e sobre a ausência de regulamentações claras para o uso massivo de IA em escala global. Especialistas alertam para o “paradoxo tecnológico” no qual avanços disruptivos, como supercomputadores, podem aumentar desigualdades e pressionar comunidades vulneráveis se não forem acompanhados de contrapartidas sociais.
Em nota, representantes da xAI afirmaram que o supercomputador “trará empregos, inovação e posicionará Memphis como polo tecnológico do século XXI”. No entanto, defensores da justiça ambiental pedem maior transparência, estudos de impacto e garantias de benefícios reais para os moradores locais.
A construção do supercomputador é símbolo do momento atual: uma corrida acelerada pela supremacia em IA, marcada tanto por promessas de transformação quanto por alertas sobre suas consequências invisíveis.
FONTE: tennesseelookout.com