O ano de 2025 já registra mais de 22 mil demissões no setor de tecnologia em todo o mundo, de acordo com dados da plataforma especializada Layoffs.fyi, que monitora desligamentos em startups e grandes corporações do setor. Embora o número esteja abaixo do pico histórico de 150 mil cortes em 2024, a onda de ajustes segue como sinal de cautela das empresas diante de um cenário econômico volátil e de rápidas transformações tecnológicas.
Somente em fevereiro deste ano, mais de 16 mil profissionais foram desligados, tornando-se o mês com o maior número de cortes até agora. Empresas de diversos segmentos — incluindo big techs, fintechs, plataformas de e-commerce e startups de IA — realizaram reestruturações que afetaram desenvolvedores, engenheiros de software, designers, equipes de marketing e até cargos executivos.
Entre os motivos apontados pelas companhias estão a necessidade de racionalização de custos, o redirecionamento estratégico após crescimentos acelerados nos anos anteriores e o impacto da automação por inteligência artificial, que vem substituindo parte das funções operacionais e técnicas.
Analistas do mercado de trabalho apontam que a maturação das tecnologias de IA generativa, como assistentes virtuais e ferramentas de automação de código, está acelerando mudanças nos perfis de profissionais demandados pelo setor. Enquanto cargos tradicionais perdem espaço, cresce a procura por especialistas em ética digital, engenharia de prompts, IA explicável e segurança de dados.
O movimento também revela a transição do setor de tecnologia de uma fase de expansão agressiva para um estágio mais focado em eficiência operacional e sustentabilidade financeira. Ainda assim, muitos especialistas alertam para os riscos de “superotimização” e perda de capital humano estratégico.
Empresas como Google, Meta, Shopify e Salesforce estão entre as que anunciaram cortes recentes, mesmo mantendo faturamento elevado. Já no Brasil, algumas startups também iniciaram programas de desligamento ou fusões para garantir sobrevida financeira diante da redução no volume de investimentos.
FONTE: techecrunch.com