Em meio ao avanço das tecnologias emergentes na saúde pública, cientistas da University of South Florida, em parceria com instituições brasileiras, estão utilizando modelos de inteligência artificial (IA) para prever surtos de dengue, zika e chikungunya em diversas regiões do Brasil. A inovação promete ser uma aliada estratégica no enfrentamento das chamadas arboviroses, que continuam desafiando os sistemas de vigilância epidemiológica do país.
A ferramenta analisa dados climáticos, populacionais, históricos de infecção e movimentação urbana para antecipar com até três meses de antecedência as áreas com maior probabilidade de proliferação do Aedes aegypti, mosquito vetor das doenças.
“A IA nos permite identificar padrões invisíveis a olho nu e agir de forma mais eficaz, antes que os casos explodam”, explica o pesquisador Dr. Thomas Unnasch, líder do projeto.
O sistema, testado inicialmente no Rio de Janeiro, já está sendo expandido para estados como Paraná, Bahia e Pernambuco. Ele cruza dados meteorológicos em tempo real com registros de saúde pública, oferecendo mapas de risco atualizados para gestores municipais.
As informações orientam decisões sobre fumacê, campanhas educativas, limpeza urbana e alocação de equipes de vigilância. Segundo especialistas, o modelo pode reduzir em até 30% os custos operacionais de combate ao mosquito, além de permitir uma resposta mais rápida da rede de saúde.
Com a elevação das temperaturas e o aumento de áreas urbanas com saneamento precário, o Brasil enfrenta crescimento significativo nos casos de dengue em 2025. O uso da IA aparece como alternativa promissora para conter essa tendência — combinando tecnologia, ciência de dados e ação comunitária.
FONTE: reuters.com