A multinacional chinesa Huawei revelou nesta segunda-feira (17) seus planos de ampliar significativamente sua atuação no setor de inteligência artificial (IA) no Brasil, com foco em infraestrutura, educação tecnológica e soluções para o setor público. A informação foi confirmada por executivos da empresa durante evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-China, em São Paulo.
A nova estratégia contempla a criação de dois centros de inovação em IA no país, sendo um em Campinas (SP) e outro em Recife (PE), voltados à pesquisa aplicada, desenvolvimento de software e testes de integração com redes 5G. Os centros devem iniciar as operações no segundo semestre de 2025 e contarão com parcerias de universidades e startups brasileiras.
Além da infraestrutura, a Huawei anunciou a ampliação do programa ICT Academy, que já opera em mais de 20 instituições brasileiras de ensino superior, com o objetivo de formar até 30 mil profissionais em IA, computação em nuvem e big data até 2027.
A companhia também pretende oferecer soluções de IA para cidades inteligentes, com tecnologias voltadas à segurança pública, gestão de tráfego, saneamento e monitoramento ambiental. As propostas serão apresentadas a governos estaduais e prefeituras ao longo dos próximos meses.
“O Brasil é estratégico para o desenvolvimento da nova economia digital na América Latina. Queremos não apenas fornecer tecnologia, mas também ajudar a desenvolver talentos locais e construir um ecossistema sustentável de inovação”, afirmou Jason Zhao, CEO da Huawei Brasil.
No entanto, o anúncio também reacende o debate geopolítico sobre a presença de empresas chinesas em setores críticos no Brasil. Especialistas em segurança cibernética e relações internacionais alertam para a necessidade de transparência, regulação e diversificação de fornecedores nas áreas de dados sensíveis e infraestrutura pública.
A Huawei, que já atua no país há mais de 25 anos, é uma das principais fornecedoras de equipamentos para redes móveis e infraestrutura digital. Nos últimos anos, expandiu sua atuação para áreas como educação, energia e inteligência artificial, mesmo sob escrutínio internacional em mercados como Estados Unidos e União Europeia.
FONTE: Câmara Brasil-China e agências internacionais