O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou nesta segunda-feira (23) que está em fase final de elaboração de um Plano Nacional de Inteligência Artificial (IA), com o objetivo de fortalecer a soberania digital do Brasil e reduzir a dependência de ferramentas estrangeiras. A proposta envolve a criação de bases de dados públicas e de modelos de linguagem em português, além do incentivo à pesquisa e à inovação.
O plano, que vem sendo desenvolvido em parceria com universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo, tem como foco central a curadoria de datasets públicos nacionais, voltados à construção de modelos de IA alinhados à realidade sociocultural, econômica e linguística do país. O governo avalia que esse esforço será fundamental para ampliar o acesso democrático a tecnologias emergentes e promover o uso ético e seguro da inteligência artificial.
Segundo a ministra Luciana Santos, o projeto considera a IA como um “bem estratégico”, com alto potencial para transformar áreas como saúde, educação, segurança e agricultura. O plano também prevê investimentos em infraestrutura computacional, capacitação de profissionais e a criação de ambientes regulatórios favoráveis ao desenvolvimento de startups e soluções nacionais.
Atualmente, o Brasil importa quase integralmente suas ferramentas de IA, o que impõe riscos à segurança de dados, à autonomia digital e à competitividade econômica. Ao investir em um ecossistema próprio, o governo espera estimular a criação de tecnologias mais inclusivas e adaptadas às demandas brasileiras.
A expectativa é que o plano seja lançado oficialmente até o final de 2025, com metas progressivas para os próximos dez anos. O movimento insere o Brasil no grupo de países que buscam se posicionar como atores relevantes na nova geopolítica digital, pautada por inteligência artificial, computação de alto desempenho e soberania tecnológica.
FONTE: uol.com.br