Em meio à intensificação da rivalidade tecnológica com os Estados Unidos, a China ampliou significativamente seus investimentos em inteligência artificial, robótica e tecnologias estratégicas, com o objetivo declarado de posicionar-se como potência dominante no novo tabuleiro geopolítico digital.
Segundo reportagem do El País, o governo chinês, sob a liderança de Xi Jinping, tem canalizado recursos públicos e privados para áreas de ponta como robótica humanoide, computação quântica, biotecnologia e tecnologias verdes, como veículos elétricos e energia solar. A iniciativa é parte do plano nacional conhecido como “China Standards 2035”, que visa estabelecer padrões técnicos globais baseados em inovações domésticas.
Entre os destaques do avanço tecnológico está a startup MagicLab, responsável pela criação do robô humanoide Xiaomai, que já é utilizado em setores de varejo, educação e saúde em cidades como Shenzhen e Hangzhou. Esses robôs são capazes de interagir com humanos, executar tarefas básicas e aprender por meio de redes neurais, representando um salto significativo na automação social.
O movimento chinês tem sido acompanhado com atenção por analistas internacionais. Para especialistas, o país não apenas quer ser líder em produção, mas também protagonista na definição ética e regulatória da nova era digital. “A China não está mais apenas copiando ou produzindo em escala. Ela está moldando a arquitetura futura da tecnologia global”, avalia o pesquisador Javier Castaño, do Instituto de Estudos Estratégicos da Europa.
Na área de inteligência artificial, Pequim também avançou na implementação de sistemas de vigilância inteligente, IA jurídica e soluções educacionais baseadas em algoritmos adaptativos, consolidando sua aplicação de tecnologias no cotidiano de milhões de cidadãos.
O avanço chinês, no entanto, acende alertas no Ocidente quanto à concentração de poder tecnológico, especialmente em temas sensíveis como privacidade, liberdade de expressão e uso de IA em ambientes militares. O debate geopolítico e ético sobre a regulação global da inteligência artificial deve ganhar força nas cúpulas multilaterais previstas para o segundo semestre.
FONTE: elpais.com