Em um esforço conjunto para modernizar a produção agrícola e fortalecer a cooperação tecnológica entre países do Sul Global, o Brasil e a China anunciaram uma parceria estratégica para aplicar inteligência artificial (IA) no campo. O acordo foi firmado durante encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro chinês Li Qiang, à margem da cúpula do BRICS no Rio de Janeiro.
A iniciativa prevê a integração de tecnologias de IA em processos agrícolas, incluindo análise de solo, monitoramento climático, previsão de safras e automação de maquinário, com foco especial na agricultura familiar e sustentável. Também estão previstas ações conjuntas em pesquisa e desenvolvimento, com intercâmbio técnico entre universidades, centros de pesquisa e startups dos dois países.
“O futuro do agro está na ciência, na digitalização e na sustentabilidade. A parceria com a China é um passo decisivo para transformar o Brasil em referência mundial em tecnologia agrícola”, declarou Lula, durante pronunciamento conjunto. Li Qiang reforçou o interesse chinês em “avançar em inovações que fortaleçam a segurança alimentar e protejam o meio ambiente”.
A colaboração também inclui o uso de IA para prevenção de desmatamento e gestão de áreas de conservação florestal, com base em dados de satélites e sensores remotos. O objetivo é conciliar crescimento produtivo com proteção ambiental, em linha com os compromissos climáticos assumidos pelos dois países.
Analistas apontam que a parceria representa uma nova fase da diplomacia tecnológica entre Brasil e China, e pode posicionar ambos como protagonistas na agricultura de precisão e na nova economia verde, num cenário em que a inteligência artificial se torna cada vez mais estratégica para o setor agropecuário global.
FONTE: scmp.com