
Um relatório divulgado nesta semana por um consórcio internacional de pesquisadores e organizações ambientais apontou dez tecnologias emergentes com potencial direto para enfrentar os principais desafios ambientais globais. O destaque vai para aplicações de inteligência artificial (IA), sensores remotos, biotecnologia e materiais sustentáveis, considerados ferramentas-chave para conter os impactos da crise climática e promover o desenvolvimento sustentável.
Entre as inovações listadas estão plataformas de IA aplicadas à observação terrestre, capazes de monitorar desmatamento, poluição e uso do solo em tempo real, além de algoritmos que ajudam a prever eventos extremos como enchentes, incêndios e secas com maior precisão. O uso de biotecnologia para restaurar solos degradados, materiais biodegradáveis de nova geração e tecnologia de captura e reaproveitamento de carbono também estão entre as soluções destacadas.
“Essas tecnologias não são mais protótipos — muitas já estão em operação em países da Ásia, Europa e América Latina. O desafio agora é ampliar escala e acesso, especialmente em regiões mais vulneráveis”, afirmou Maria Olavetti, coordenadora do estudo, ligado à rede Planetary Health Tech Alliance.
O relatório também chama atenção para soluções que reduzem o desperdício de alimentos, como sensores inteligentes que monitoram condições de transporte e armazenamento, e plataformas que conectam produtores a redes de doação em tempo real. Segundo estimativas da ONU, um terço de toda a produção alimentar global é desperdiçada anualmente.
Para especialistas, o avanço tecnológico precisa vir acompanhado de políticas públicas, incentivos e cooperação internacional. “A tecnologia pode ser nossa maior aliada ou uma oportunidade perdida, se não houver estratégia de inclusão e aplicação social”, alerta o ambientalista e cientista de dados Samir Kondo.
O estudo será apresentado oficialmente na COP30, marcada para 2026 em Belém do Pará, como parte da agenda de inovação climática.
FONTE: news.mongabay.com