O estado de São Paulo será sede da primeira planta industrial de grande porte dedicada ao processamento de terras raras no Brasil, segundo anúncio feito por autoridades do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com o setor privado. O projeto é considerado estratégico para reduzir a dependência externa na cadeia produtiva de insumos críticos usados em tecnologias de ponta.
As terras raras — um grupo de 17 elementos químicos essenciais para a fabricação de equipamentos eletrônicos, baterias, turbinas e sistemas de defesa — são dominadas globalmente por países como a China, que controla mais de 60% da produção mundial. A planta paulista busca fortalecer a autonomia nacional na produção e industrialização desses materiais, alinhando-se a políticas de soberania tecnológica.
O empreendimento será instalado no interior do estado, com localização exata ainda sob sigilo por motivos contratuais, e contará com investimento inicial estimado em R$ 450 milhões. A unidade deverá entrar em operação até 2027, com geração de empregos diretos e indiretos e integração com universidades e centros de pesquisa.
“É um marco para a indústria brasileira. Estamos falando de insumos fundamentais para o futuro da mobilidade elétrica, energias renováveis, computação avançada e defesa nacional”, afirmou a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos.
O projeto conta com o envolvimento da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), e será desenvolvido em articulação com políticas industriais do BNDES e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Especialistas apontam que o Brasil possui grande potencial mineral em terras raras, especialmente em estados como Minas Gerais e Goiás, mas enfrenta gargalos tecnológicos no processamento e purificação desses elementos. A nova planta visa romper essa barreira e abrir caminho para uma cadeia produtiva nacional e sustentável.
FONTE: tiinside.com.br