Oriente Médio entra na corrida global da Inteligência Artificial com joint-venture de US$ 20 bilhões

Tecnologia12 hours ago

Em um movimento estratégico que pode redefinir o equilíbrio tecnológico global, o fundo soberano do Catar e a multinacional Brookfield anunciaram nesta segunda-feira (9) a formação de uma joint-venture avaliada em US$ 20 bilhões destinada a construir uma vasta rede de infraestrutura de Inteligência Artificial (IA) no Oriente Médio. A iniciativa mira transformar a região em um dos principais polos mundiais de armazenamento, processamento e inovação digital.

A parceria tem como objetivo erguer uma malha de data centers de última geração, com capacidade para hospedar serviços de computação em nuvem, inteligência artificial generativa e big data — três pilares centrais da revolução tecnológica em curso. A proposta é atender tanto a demanda interna quanto atrair gigantes globais do setor, interessadas em infraestrutura escalável, segura e próxima a mercados emergentes.

“O mundo está entrando numa nova era geopolítica, onde a soberania digital passa a ser um ativo estratégico. O Catar quer estar na vanguarda dessa transformação, oferecendo energia limpa, estabilidade e capacidade de processamento de dados em escala global”, afirmou Ahmed Al-Kuwari, porta-voz do fundo Qatar Investment Authority.

A Brookfield, conhecida por investimentos robustos em energia e infraestrutura, vê no acordo uma oportunidade de expandir sua atuação para o setor de tecnologia crítica. A empresa será responsável pela engenharia e operação dos novos data centers, que devem começar a funcionar ainda em 2026.

A notícia repercutiu entre analistas internacionais como um marco simbólico da descentralização do poder tecnológico, historicamente concentrado entre Estados Unidos, Europa e China. “Esse investimento massivo representa um novo eixo emergente. A disputa agora é por quem garante a base computacional da IA do futuro”, destacou Lena Marshall, consultora da TechFrontier Global.

Especialistas alertam, no entanto, para os desafios de sustentabilidade e uso energético dos mega data centers. Estima-se que a demanda por energia desses centros possa crescer até 10 vezes nos próximos anos, pressionando redes elétricas e recursos hídricos em regiões de clima extremo.

Ainda assim, o anúncio reforça a tendência de que infraestrutura digital e inteligência artificial deixarão de ser apenas setores de tecnologia e passarão a ser pilares de poder econômico e estratégico no século XXI. O Oriente Médio, agora, entra de forma decisiva nesse tabuleiro.

FONTE: reuters.com

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