A OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, lançou nesta semana a sua aguardada plataforma de geração de vídeos por inteligência artificial, chamada Sora. O anúncio atraiu atenção não apenas pelo potencial tecnológico da ferramenta, mas também pelas políticas de conteúdo mais permissivas em comparação a concorrentes como Meta e Google.
O Sora permite que usuários criem vídeos altamente realistas a partir de simples comandos de texto. No entanto, diferentemente de outras plataformas, a OpenAI optou por não aplicar filtros rigorosos para imitação de rostos, vozes ou contextos sensíveis, uma decisão que já provocou repercussão no meio acadêmico, político e entre especialistas em ética digital.
A empresa argumenta que, com um sistema interno robusto de verificação e sinalização, é possível mitigar riscos de uso indevido, mas críticos alertam para o potencial de disseminação de desinformação, deepfakes políticos e fraudes audiovisuais. “Trata-se de uma tecnologia poderosa entregue ao público antes mesmo de o debate regulatório estar maduro”, afirmou a pesquisadora de mídia digital Angela Remy, da Universidade de Stanford.
O lançamento ocorre em meio a uma corrida global pelo domínio do mercado de inteligência artificial generativa. A Meta, por exemplo, já anunciou o “Vibes”, seu sistema concorrente, mas com restrições mais severas, especialmente no uso de imagens de pessoas reais. A comparação entre as políticas das empresas reacende a discussão sobre autorregulação x regulação estatal nas tecnologias emergentes.
Com o Sora, a OpenAI atinge uma nova fase de valorização no mercado, ultrapassando a marca simbólica de US$ 500 bilhões em valor de mercado, de acordo com avaliações secundárias recentes. O crescimento meteórico da empresa contrasta com as pressões que enfrenta em tribunais, parlamentos e fóruns internacionais sobre responsabilidade digital.
A empresa ainda não divulgou data oficial para o lançamento global da ferramenta, mas já disponibilizou acesso restrito para criadores de conteúdo, desenvolvedores e pesquisadores selecionados.
FONTE: theguardian.com