A OpenAI, uma das maiores desenvolvedoras de inteligência artificial do mundo, emitiu um alerta público sobre a crescente presença global da chinesa Zhipu AI, reforçando a preocupação com a intensificação da disputa geopolítica em torno do domínio das tecnologias emergentes.
Segundo relatório divulgado nesta quarta-feira, a Zhipu AI — empresa de origem estatal com sede em Pequim — tem expandido agressivamente sua atuação em países da Ásia, África e América Latina, oferecendo ferramentas baseadas em IA generativa para governos, universidades e empresas públicas. A OpenAI classifica a atuação como “estrategicamente coordenada” e “politicamente sensível”.
“A tecnologia está sendo usada como instrumento de influência. A forma como modelos de IA são treinados e distribuídos pode impactar não só economias, mas também valores democráticos e a governança da informação”, afirma o documento assinado por Sam Altman, CEO da OpenAI.
A Zhipu AI ganhou notoriedade internacional após o lançamento do GLM-4, seu modelo concorrente ao ChatGPT, com versões adaptadas para diferentes idiomas e interfaces simplificadas para integração com sistemas públicos e aplicativos educacionais. A empresa também é apontada como responsável por parcerias com governos em ao menos 14 países para implantação de assistentes digitais em serviços públicos.
O alerta da OpenAI reacende o debate sobre a necessidade de marcos regulatórios globais para a inteligência artificial, especialmente diante da ausência de transparência sobre os critérios e os dados utilizados no treinamento de modelos chineses. Nos bastidores, diplomatas e especialistas veem na movimentação da Zhipu um esforço do governo chinês para descentralizar a influência tecnológica dos Estados Unidos.
Em resposta, porta-vozes da Zhipu afirmaram que a empresa “atua com independência e transparência, promovendo inclusão digital em regiões negligenciadas pelas grandes potências tecnológicas ocidentais”.
FONTE: axios.com