Em uma reviravolta com implicações geopolíticas e comerciais de grande escala, a gigante norte-americana Nvidia recebeu autorização do governo dos Estados Unidos para retomar a exportação de chips de inteligência artificial à China, iniciando com a linha H20, projetada sob exigências específicas das sanções comerciais americanas.
A decisão foi confirmada pelo CEO da empresa, Jensen Huang, após encontro com o ex-presidente Donald Trump e representantes do Departamento de Comércio. As ações da Nvidia registraram alta imediata na Nasdaq, sinalizando otimismo por parte dos investidores quanto à reativação de uma fatia importante do mercado global.
Com a permissão, a Nvidia volta a atuar diretamente no maior mercado de tecnologia da Ásia, que vinha sendo restringido desde 2023 por sanções voltadas a semicondutores de alto desempenho. O modelo H20, com capacidades reduzidas em relação ao A100 e H100, foi estrategicamente desenvolvido para atender à legislação dos EUA sem perder relevância entre consumidores e empresas chinesas.
Especialistas avaliam que a retomada das vendas pode gerar bilhões de dólares em receita e descongestionar a cadeia global de suprimentos de IA, atualmente pressionada pela demanda crescente por modelos generativos, automação e robótica.
Contudo, a decisão também gerou controvérsia. Representantes do Congresso americano expressaram preocupação com possíveis riscos à segurança nacional, especialmente diante do uso militar e estatal de tecnologias de IA por parte da China. Em resposta, o Departamento de Comércio garantiu que manterá “monitoramento contínuo e critérios técnicos rigorosos”.
A medida também repercute em mercados emergentes, como o Brasil e a Índia, que dependem da estabilidade do mercado global de chips para seus próprios avanços em inteligência artificial e automação industrial.
FONTE: washingtonpost.com