Em meio às incertezas econômicas e à crescente digitalização, o mercado financeiro internacional tem reforçado sua aposta em tecnologias de infraestrutura digital e descentralização de dados, como forma de garantir agilidade, transparência e segurança nas operações. A tendência ganhou fôlego nesta segunda-feira (14), com uma série de anúncios e movimentações de grandes players financeiros em diferentes partes do mundo.
Na City de Londres, o índice FTSE 100 abriu a semana em alta, puxado pelas ações de empresas de tecnologia e infraestrutura digital. O destaque ficou com a CityFibre, operadora britânica de redes ópticas, que anunciou um novo aporte de £2,3 bilhões para expandir sua malha de fibra de altíssima velocidade em regiões fora dos grandes centros. O investimento é parte de uma aliança estratégica com bancos como Barclays e HSBC, interessados em descentralizar data centers e expandir a conectividade de suas operações.
Em Frankfurt, o Deutsche Börse anunciou o início de testes com contratos de derivativos liquidados por blockchain. A plataforma, desenvolvida em parceria com a Digital Asset Group, permite liquidações instantâneas com rastreabilidade total, reduzindo custos operacionais e riscos de contraparte. A expectativa é de que o sistema seja adotado formalmente no primeiro trimestre de 2026.
Nos Estados Unidos, o Nasdaq confirmou que mais de 45% de suas transações já utilizam tecnologias de computação em nuvem e automação inteligente, com planos de alcançar 70% até o fim do próximo ano. O movimento reforça a tendência global de migração das bolsas e instituições financeiras para ambientes digitais de alta escalabilidade.
Segundo especialistas, a modernização do sistema financeiro global não é apenas uma resposta a exigências regulatórias e à competição entre fintechs. Ela representa uma transformação estrutural da forma como o capital circula. “O mercado está deixando de ser um conjunto de instituições e se tornando uma infraestrutura dinâmica e programável, onde algoritmos e IA operam decisões em tempo real”, explica Monica Bauer, analista do London Fintech Institute.
A adoção de tecnologias descentralizadas, como blockchain, inteligência artificial e computação quântica, deve redefinir o perfil dos mercados nos próximos anos, reduzindo intermediários e ampliando a velocidade e a personalização de serviços.
Com uma agenda cada vez mais digital, o mercado financeiro global se prepara para um futuro onde a tecnologia será o eixo central das finanças, e quem não acompanhar esse movimento pode simplesmente deixar de operar.
FONTE: thetimes.com