O mercado global de fusões e aquisições (M&A) caminha para uma retomada expressiva no segundo semestre de 2025, impulsionado por operações bilionárias no setor de tecnologia e pela corrida estratégica em torno da inteligência artificial (IA). Segundo projeção do JPMorgan Chase, o volume de transações deve crescer 27% na comparação com o mesmo período de 2024, consolidando uma nova fase de consolidação corporativa.
“Estamos observando um aumento significativo no apetite por negócios transformacionais, especialmente em áreas de IA, cibersegurança, chips e software empresarial”, afirmou Anu Aiyengar, diretora global de M&A do JPMorgan. Ela classificou o momento como “um ponto de inflexão” após dois anos de retração nos grandes acordos.
Entre as operações mais aguardadas está a possível fusão entre duas gigantes de semicondutores nos Estados Unidos e a aquisição de startups de IA na Europa e Ásia por grandes plataformas digitais. Segundo fontes de mercado, as big techs buscam acelerar sua capacidade computacional e garantir acesso exclusivo a talentos e patentes.
A recuperação do setor é explicada por múltiplos fatores: estabilização dos juros nos EUA e Europa, previsibilidade regulatória em fusões transfronteiriças e, sobretudo, pela demanda crescente por tecnologias que viabilizem aplicações de IA generativa e automação avançada.
De acordo com analistas da Bloomberg e da Deloitte, o movimento pode redefinir a paisagem tecnológica global, deslocando centros de inovação e alterando o equilíbrio entre grandes grupos e empresas emergentes.
No entanto, reguladores antitruste de países como Alemanha, Japão e Estados Unidos acompanham os desdobramentos de perto. Há preocupação com o risco de formação de monopólios digitais e com a concentração de poder tecnológico em poucos conglomerados.
FONTE: reuters.com