Executivos do Vale do Silício se preparam para possível “apocalipse da inteligência artificial”

Um relatório divulgado nesta semana trouxe à tona a preocupação crescente de grandes nomes da tecnologia mundial com os riscos da inteligência artificial (IA). Segundo a publicação, executivos como Reid Hoffman (cofundador do LinkedIn), Mark Zuckerberg (Meta) e Sam Altman (OpenAI) vêm adotando medidas extremas de precaução diante do que chamam de um possível “apocalipse da IA”.

As estratégias incluem desde a contratação de seguros contra catástrofes até a construção de abrigos subterrâneos e o acúmulo de suprimentos como armas, ouro, baterias e iodeto de potássio. A revelação expôs um paradoxo: os mesmos líderes que impulsionam a corrida global pela IA manifestam temor quanto às consequências de suas próprias criações.

Especialistas afirmam que, embora parte dessas medidas soe exagerada, elas refletem a falta de consenso sobre os limites e os impactos da inteligência artificial. “A IA tem potencial para transformar a sociedade em escala inédita, mas também levanta riscos éticos, sociais e de segurança. O medo de seus criadores não pode ser ignorado”, avaliou a pesquisadora em tecnologia Marina Ferreira.

O debate sobre os riscos existenciais da IA tem ganhado força em fóruns internacionais, com autoridades e acadêmicos defendendo regulações mais rígidas para evitar cenários de descontrole. Organizações multilaterais, como a ONU e a União Europeia, já discutem protocolos globais de segurança para uso da tecnologia.

Enquanto isso, a postura dos executivos acende um alerta sobre a distância entre o discurso de inovação e os receios internos do setor. O chamado “apocalipse da IA” pode nunca se concretizar, mas expõe um dilema central da era digital: como avançar em inovação sem perder de vista os limites éticos e os riscos à humanidade.

FONTE: uol.com.br