Ex-Publicitário da Microsoft Alerta: Inteligência Artificial Ainda Não Substitui o Olhar Humano

Em meio à crescente adoção de ferramentas baseadas em inteligência artificial em empresas e governos, o publicitário e ex-executivo da Microsoft, Gabriel Queiroz, fez um alerta incisivo: a IA, embora poderosa, ainda não é capaz de substituir o discernimento humano em atividades que exigem empatia, criatividade e visão contextual.

A declaração foi feita durante entrevista ao portal UOL, em que Queiroz, hoje consultor de startups de tecnologia, comentou o uso crescente de soluções automatizadas em comunicação, atendimento e criação de conteúdo. “Muitos empresários estão se iludindo com a promessa de que bots vão fazer tudo. A verdade é que, em muitas situações, falta à IA aquilo que é essencial: interpretação humana e sensibilidade”, disse.

Segundo o especialista, o uso excessivo e acrítico da tecnologia pode comprometer a qualidade da interação com clientes e da tomada de decisões estratégicas. Ele cita como exemplo o atendimento automatizado de empresas, que muitas vezes falha em identificar nuances emocionais ou responder adequadamente a situações complexas.

Queiroz também demonstrou preocupação com a formação da nova geração de profissionais, que segundo ele “estão perdendo a habilidade de construir raciocínios complexos, pois confiam demais em respostas rápidas”. Para ele, o desafio está em integrar a IA de forma equilibrada, mantendo o humano no centro da criação e da análise crítica.

A fala ocorre num momento em que empresas brasileiras intensificam o uso de IA generativa em setores como educação, finanças e marketing, impulsionadas por promessas de eficiência e redução de custos. No entanto, cresce o debate sobre os limites éticos e operacionais da automação.

A reflexão de Queiroz reforça a ideia de que a inteligência artificial deve ser aliada, e não substituta, da inteligência humana — e que o diferencial competitivo ainda reside na capacidade de pensar além dos algoritmos.

FONTE: uol.com