As empresas brasileiras estão cada vez mais globais. Um levantamento divulgado nesta terça-feira (8) pelo Citi aponta que entre 15% e 20% da receita das grandes corporações nacionais já vem de operações no exterior, reflexo de uma estratégia de internacionalização acelerada nos últimos anos.
O estudo destaca que segmentos como aviação, alimentos, mineração, energia e tecnologia lideram esse movimento, impulsionados pela busca por novos mercados, diversificação de receitas e inserção em cadeias globais de valor.
Entre os exemplos mencionados estão companhias como a Embraer, que ampliou sua atuação nos Estados Unidos e Índia; a BRF, com forte presença no Oriente Médio e Ásia; e a Totvs, que tem consolidado operações em países da América Latina. O setor de tecnologia, em especial, tem chamado atenção pela capacidade de exportar serviços digitais, inteligência artificial e soluções de software.
“O ambiente regulatório mais estável, o câmbio competitivo e o aumento da demanda internacional por inovação com sustentabilidade abriram novas janelas para as empresas brasileiras”, afirma Lucas Nascimento, estrategista-chefe do Citi no Brasil.
O relatório também destaca o potencial do país como destino para data centers voltados à inteligência artificial, graças à matriz energética limpa e à oferta de profissionais qualificados em tecnologia e engenharia. Com o avanço da regulamentação da IA no Congresso Nacional e a consolidação do Marco Legal das Startups, o Brasil se posiciona como um polo emergente de inovação para empresas estrangeiras.
Apesar do avanço, o Citi ressalta que ainda há desafios, como a burocracia fiscal, a infraestrutura logística deficiente e a necessidade de simplificação tributária, fatores que podem limitar a competitividade em escala global.
FONTE: bloomberglinea.com