
Um grupo de importantes editoras italianas e europeias apresentou nesta semana uma petição formal à Comissão Europeia solicitando uma investigação contra o “AI Overviews”, novo recurso do Google que utiliza inteligência artificial para gerar resumos automáticos de respostas no topo das buscas.
As empresas alegam que a funcionalidade, lançada em caráter experimental em diversos países, reduz significativamente o tráfego de usuários para sites jornalísticos e editoriais, afetando diretamente sua visibilidade, receita publicitária e sustentabilidade financeira.
“É uma questão de sobrevivência da informação confiável. Quando o Google sintetiza tudo com IA, o leitor deixa de acessar a fonte original. Isso mina o modelo de negócio do jornalismo”, afirmou Andrea Riffeser Monti, presidente da Federação Italiana de Editores de Jornais (FIEG).
O recurso “AI Overviews” foi projetado para oferecer respostas mais completas e contextuais diretamente nas páginas de busca, sem necessidade de o usuário clicar em links externos. Embora tenha sido elogiado por sua conveniência, o sistema vem sendo criticado por reproduzir conteúdos de sites sem remuneração adequada ou destaque às fontes.
O documento entregue às autoridades da União Europeia argumenta que a prática do Google pode configurar abuso de posição dominante e violação das normas do Digital Markets Act, legislação aprovada para regular grandes plataformas digitais no bloco europeu.
A queixa une grupos editoriais de países como Itália, França, Alemanha e Espanha. Eles reivindicam medidas urgentes que obriguem a gigante de tecnologia a garantir transparência nos algoritmos, valorização das fontes originais e remuneração justa pelos conteúdos utilizados nos resumos por IA.
Em resposta, o Google declarou que está aberto ao diálogo e que o recurso “está em testes” com o objetivo de melhorar a experiência do usuário, sem prejudicar os produtores de conteúdo.
A pressão ocorre num momento em que governos e reguladores de diversos países debatem a regulação do uso de IA generativa e os limites entre inovação tecnológica e preservação do ecossistema informativo.
FONTE: theguardian.com