Durante sua participação no 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado nesta sexta-feira (18) em Brasília, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) defendeu a adoção de uma política nacional de soberania digital, com o objetivo de reduzir a dependência do Brasil de empresas estrangeiras de tecnologia — as chamadas big techs.
Segundo o parlamentar, o país precisa avançar na criação e controle de sua própria infraestrutura digital, incluindo cabos de fibra óptica, data centers e plataformas de serviços públicos online. Atualmente, parte significativa dos dados brasileiros trafega por sistemas e servidores gerenciados por gigantes como Google, Microsoft, Meta e Amazon, o que, segundo Silva, coloca a privacidade e a segurança nacional em risco.
“A dependência tecnológica não é apenas um problema econômico — é um problema de soberania”, afirmou o deputado diante de uma plateia composta majoritariamente por estudantes universitários. Ele ainda defendeu que o Brasil estabeleça alianças estratégicas com países do Sul Global, como Índia e África do Sul, para compartilhar conhecimento e construir uma infraestrutura tecnológica própria.
O discurso de Orlando Silva ocorreu no mesmo dia em que a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou que o governo já investiu R$ 3,3 bilhões em universidades federais voltadas à pesquisa e inovação. A ministra defendeu o uso ético e regulado da inteligência artificial e reafirmou o compromisso do governo com o fortalecimento da ciência nacional.
A proposta de soberania digital deve ganhar novos capítulos nas próximas semanas, com o relançamento de projetos de lei voltados à regulação das plataformas digitais e proteção de dados dos cidadãos.
FONTE: agenciabrasil.com