
O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) emitiu um alerta sobre a crescente escassez de profissionais qualificados nas áreas de tecnologia e engenharia no Brasil. Segundo a entidade, o ritmo de formação de especialistas nessas áreas não acompanha a demanda do mercado, o que já compromete o avanço de setores estratégicos para o desenvolvimento econômico e tecnológico do país.
O alerta foi reforçado em audiência pública na Câmara dos Deputados, onde representantes do conselho e de instituições educacionais destacaram a urgência de políticas públicas voltadas à formação técnica e superior de qualidade, com foco em inovação, ciência aplicada e tecnologias emergentes.
“O Brasil tem potencial, mas falta capital humano qualificado. Isso impacta diretamente nossa competitividade e capacidade de inovação”, afirmou o presidente do Confea, Joel Krüger.
Estudos apresentados pelo Confea mostram que, apesar da expansão dos cursos de engenharia e tecnologia nos últimos anos, muitos profissionais formados ainda não atendem plenamente os requisitos técnicos exigidos pela indústria e pelo setor de serviços digitais. A evasão universitária e a falta de atualização curricular são apontadas como obstáculos adicionais.
A carência de profissionais afeta diretamente projetos de infraestrutura, inovação industrial, transformação digital e serviços públicos baseados em tecnologia. Em regiões como o Paraná e o Vale do Ivaí — que vêm se destacando em áreas como agronegócio tecnológico, energias renováveis e indústria 4.0 —, essa lacuna pode limitar a capacidade de expansão e o aproveitamento de oportunidades econômicas.
O Confea defende maior investimento em escolas técnicas, integração entre ensino médio e formação profissionalizante, valorização do ensino superior em engenharia e fomento à pesquisa aplicada. A criação de parcerias entre empresas, universidades e governo também é vista como fundamental para enfrentar esse gargalo.
FONTE: camara.leg.br