Em resposta ao aumento das ameaças digitais e ao avanço global da inteligência artificial, o Brasil intensificou, neste ano, sua estratégia nacional de segurança cibernética e inovação tecnológica. Duas iniciativas se destacam nesse processo: a criação do Instituto Brasileiro de Resposta a Incidentes Cibernéticos (IBRINC) e a inauguração do Centro Integrado de Inteligência Artificial do Distrito Federal (CIIA-DF).
O IBRINC, oficialmente lançado no primeiro semestre de 2025, atua como uma estrutura permanente de resposta coordenada a ataques cibernéticos, reunindo técnicos especializados do setor público, acadêmico e privado. Com sede em Brasília e núcleos em São Paulo, Curitiba e Recife, o instituto já participou de investigações em parceria com a Polícia Federal e ajudou a mitigar ataques a redes públicas estaduais.
Segundo o Ministério da Justiça, o instituto é parte do esforço do governo para consolidar uma estratégia nacional de ciberdefesa civil, diante do crescimento de crimes digitais que vão desde fraudes bancárias até invasões a sistemas de saúde e educação.
Paralelamente, o Distrito Federal lançou o CIIA-DF, centro de inovação que une universidades, empresas de tecnologia e órgãos públicos em projetos de pesquisa e formação em inteligência artificial. Com investimento inicial de R$ 5 milhões, o centro já capacitou mais de 600 alunos em cursos sobre algoritmos, aprendizado de máquina e ética em IA.
O projeto tem apoio técnico de multinacionais como Google e Microsoft e prevê a criação de pelo menos 50 startups até o fim de 2026. A iniciativa também visa aplicar a IA em serviços públicos, com foco em educação, mobilidade urbana e gestão ambiental.
Para especialistas, as duas ações demonstram que o Brasil começa a trilhar um caminho mais robusto rumo à soberania digital, com foco em inovação responsável e na formação de capital humano especializado. Ainda assim, alertam que os desafios permanecem, principalmente na necessidade de maior integração entre os entes federativos e na ampliação dos investimentos em pesquisa aplicada.
FONTE: reuters.com