
A Amazon Web Services (AWS), divisão de computação em nuvem da gigante Amazon, anunciou nesta terça-feira o lançamento de uma nova geração de servidores equipados com chips próprios voltados para aplicações em inteligência artificial (IA). O movimento reforça a estratégia da empresa em ganhar independência tecnológica e reduzir custos operacionais no competitivo mercado de IA generativa.
Os novos servidores utilizarão a versão Trainium 3, chip de última geração desenvolvido pela própria AWS, que promete quatro vezes mais desempenho computacional com redução de até 40% no consumo de energia, em comparação com os modelos anteriores. O objetivo é atender à crescente demanda por infraestrutura otimizada para treinamento e execução de grandes modelos de linguagem (LLMs), como chatbots, tradutores automáticos e plataformas de reconhecimento de imagem e voz.
“Estamos entregando o que nossos clientes mais pedem: mais poder de processamento, eficiência energética e flexibilidade para rodar aplicações de IA em larga escala”, afirmou Adam Selipsky, CEO da AWS, durante o re:Invent 2025, principal evento anual da empresa.
Além do Trainium 3, a AWS também anunciou melhorias no chip Inferentia 2, voltado para execução (inferência) de modelos já treinados, e ampliou sua parceria com a NVIDIA — que continuará fornecendo GPUs para tarefas mais especializadas. A combinação de soluções próprias e terceirizadas dá à AWS maior controle sobre sua cadeia de fornecimento, especialmente em um momento de escassez global de semicondutores.
Com essa iniciativa, a Amazon tenta consolidar sua liderança frente aos concorrentes Google Cloud, Microsoft Azure e Oracle, todos investindo pesadamente em infraestrutura voltada para IA. A expectativa da empresa é atrair startups, instituições de ensino, laboratórios de pesquisa e grandes corporações que demandam escalabilidade, desempenho e custo-benefício.
Especialistas afirmam que o avanço dos chips proprietários pode mudar a dinâmica do mercado de computação em nuvem nos próximos anos. “Esse tipo de controle sobre o hardware permite personalização total dos serviços e pode garantir vantagens competitivas decisivas”, analisa Roberto Nakamura, pesquisador da área de arquitetura computacional.
FONTE: reuters.com