Apesar da onda de entusiasmo global em torno da inteligência artificial, a tecnologia avança com ritmo moderado no ambiente corporativo brasileiro. Estudo divulgado nesta segunda-feira (21) revela que menos de 10% das empresas utilizam inteligência artificial de forma significativa em seus processos internos, uma taxa considerada baixa diante das expectativas projetadas nos últimos anos.
O levantamento, conduzido por consultorias especializadas em inovação e tecnologia, aponta que o maior entrave para a difusão da IA nas empresas brasileiras é a falta de estratégia clara para aplicação prática, seguida por limitações de infraestrutura, ausência de profissionais qualificados e receio de impactos sobre a força de trabalho.
Segundo analistas do setor, muitas empresas ainda enxergam a IA como um investimento de alto risco ou mantêm projetos-piloto em setores isolados, sem integração com o planejamento estratégico. “A inteligência artificial exige mais que tecnologia: requer cultura de dados, capacitação e visão de longo prazo”, afirma Renata Costa, especialista em transformação digital.
No setor público, o cenário também é desafiador. Enquanto estados como Goiás avançam com legislações específicas e programas educacionais ligados à IA, grande parte das administrações ainda não definiu marcos regulatórios ou planos estruturados de implementação.
Mesmo assim, casos pontuais mostram avanços, especialmente em setores como logística, serviços financeiros, agronegócio e varejo, onde a automação e a análise de dados já apresentam ganhos mensuráveis em eficiência e redução de custos.
Especialistas reforçam que o potencial transformador da IA permanece enorme, mas a maturidade digital das empresas será determinante para o sucesso da integração. “Não se trata apenas de adotar ferramentas, mas de reorganizar processos com foco em inteligência orientada por dados”, conclui Costa.
FONTE: cnnbrasil.com