Violência interrompe frequência escolar de crianças indígenas no Oeste do Paraná

Educação2 weeks ago

Um cenário de medo e insegurança tem afastado crianças indígenas das salas de aula no oeste do Paraná. Após o assassinato brutal de um jovem da etnia Avá-Guarani, decapitado em julho deste ano, escolas próximas às aldeias registram evasão escolar e paralisia parcial das atividades.

De acordo com lideranças indígenas e organizações de direitos humanos, o crime ocorreu em contexto de tensão fundiária e étnica, e foi acompanhado de uma carta com ameaças a outras lideranças da comunidade. O caso ainda está sob investigação da Polícia Federal, mas já repercute gravemente na rotina escolar de centenas de crianças da Terra Indígena Tekoha Añetete, próxima à fronteira com o Paraguai.

“Depois do crime, ninguém quer mais sair da aldeia. As mães têm medo de mandar seus filhos para a escola”, relatou uma professora indígena da comunidade, que pediu anonimato por razões de segurança.

A situação acendeu o alerta em órgãos de defesa da infância e da educação. O Ministério Público Federal acompanha o caso e cobra medidas emergenciais das secretarias estadual e municipal de educação, além da atuação da Secretaria de Justiça e Cidadania do Paraná.

Especialistas destacam que o trauma causado por episódios de violência pode ter impactos duradouros no aprendizado e no bem-estar das crianças. “A escola deveria ser um espaço seguro. Quando a violência rompe essa barreira, não estamos apenas violando direitos humanos, mas comprometendo o futuro de uma geração inteira”, afirma a pedagoga e pesquisadora indígena Luciana Moraes.

Reflexo na política educacional: A evasão escolar em territórios indígenas, já agravada por barreiras de acesso e infraestrutura precária, ganha agora um novo fator de risco: o medo. Lideranças locais e entidades educacionais pedem um plano emergencial com apoio psicológico, segurança nas rotas escolares e garantia de proteção às comunidades.

Contexto FAPNews: Embora o caso ocorra em uma região mais distante do Vale do Ivaí, revela uma face alarmante da desigualdade educacional e da insegurança em territórios tradicionais, pautas que também impactam outras regiões do Paraná e demandam respostas interinstitucionais.

FONTE: terra.com

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