As mudanças climáticas estão se tornando um obstáculo crescente ao direito à educação no Brasil. Um estudo divulgado nesta semana aponta que fenômenos extremos como secas prolongadas, enchentes e inundações têm impactado diretamente a frequência escolar de milhões de estudantes, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Sul do país.
De acordo com os dados, quase 1 milhão de alunos vivem em áreas com baixa resiliência à seca, enquanto mais de 3 milhões são afetados por enchentes recorrentes, que danificam escolas, interrompem o transporte escolar e desorganizam o calendário letivo. O levantamento, realizado por entidades ligadas à educação e ao meio ambiente, destaca a necessidade urgente de ações integradas entre os setores de educação, defesa civil e infraestrutura.
O relatório sugere a inclusão do tema climático na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), além da criação de planos de contingência educacional em municípios vulneráveis. Entre as propostas estão a implementação de ensino híbrido emergencial, ampliação de unidades escolares resilientes e oferta de apoio psicossocial a estudantes e comunidades atingidas.
“Não basta pensar apenas em obras emergenciais. É preciso uma resposta educacional estruturada, com formação de professores, protocolos regionais e investimentos em tecnologia”, afirmou Amanda Souza, coordenadora da pesquisa.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e representantes do Ministério da Educação já discutem estratégias para adaptar o planejamento escolar às novas condições climáticas, diante da crescente frequência de eventos extremos no Brasil.
Especialistas alertam que, se nada for feito, os impactos podem agravar a evasão escolar e ampliar as desigualdades regionais no acesso à educação básica — especialmente entre crianças de comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas.
FONTE: sinep.com