Em um dos maiores atos públicos recentes ligados à educação no Paraná, milhares de pessoas se mobilizaram nesta semana em Curitiba e em outras cidades do estado para defender as instituições especializadas de ensino, como as APAEs e escolas para estudantes com deficiências.
A movimentação teve como epicentro a capital paranaense, onde mais de 10 mil pessoas participaram de uma caminhada pela região central, levando faixas, cartazes e palavras de ordem contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7796, atualmente em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). A ação questiona a legislação estadual que permite o repasse direto de recursos públicos para entidades que oferecem educação especializada.
Paralelamente, a Assembleia Legislativa do Paraná sediou uma audiência pública com representantes das escolas, familiares, alunos e parlamentares. O encontro foi marcado por depoimentos emocionados e defesa do direito das famílias escolherem entre a educação regular e a especializada para seus filhos.
Segundo os organizadores, mais de 300 instituições participaram da mobilização em todo o estado. As escolas especializadas argumentam que a eventual retirada dos repasses comprometeria profundamente a qualidade do atendimento e colocaria em risco a continuidade de serviços essenciais para estudantes com deficiência.
“Estamos lutando pelo direito à educação com dignidade, com estrutura e com respeito à diversidade das nossas crianças e jovens”, afirmou uma representante da Federação das APAEs durante o evento.
A mobilização também reacendeu o debate sobre educação inclusiva e a coexistência de modelos educacionais. Enquanto defensores da ADI sustentam que os recursos públicos devem se concentrar na rede regular de ensino, especialistas e representantes das famílias defendem a manutenção dos dois modelos, com liberdade de escolha garantida às famílias.
O governo do Paraná reafirmou seu compromisso com a educação inclusiva e o apoio às instituições especializadas, destacando a importância da atuação conjunta entre sociedade civil, poder público e Judiciário.
FONTE: parana.pr.gov.br