O assassinato brutal de um jovem da etnia Avá-Guarani, decapitado no início desta semana, provocou comoção e uma grave onda de medo entre as comunidades indígenas na região de Guaíra, oeste do Paraná. Diante da gravidade do caso, o Ministério Público do Paraná (MPPR) e o Ministério Público Federal (MPF) emitiram uma recomendação conjunta às autoridades locais para garantir a proteção imediata de crianças e adolescentes indígenas, muitos dos quais deixaram de frequentar a escola após o crime.
Segundo relatos de lideranças indígenas e professores da rede pública, alunos das aldeias deixaram de comparecer às aulas por temerem novos episódios de violência. A situação, além de afetar diretamente o direito à educação, acende um alerta sobre o clima de insegurança e vulnerabilidade enfrentado por essas comunidades.
A recomendação dos MPs inclui ações integradas de segurança pública, monitoramento da situação escolar e apoio psicossocial às famílias atingidas. Além disso, reforça a responsabilidade do Estado em garantir educação em ambiente seguro e culturalmente adequado às comunidades indígenas.
Organizações de direitos humanos e entidades de apoio aos povos originários denunciam que o caso não é isolado e pedem a federalização das investigações. O crime também está sendo acompanhado pela Polícia Federal, que ainda não divulgou informações sobre os autores ou motivações.
Em nota, o governo do Paraná informou estar ciente da recomendação e que articula, junto à Secretaria de Educação e aos órgãos de segurança, medidas para restabelecer a normalidade escolar nas aldeias afetadas.
O episódio traz à tona debates urgentes sobre segurança, racismo estrutural, políticas indigenistas e o acesso pleno à educação, sobretudo em regiões marcadas por conflitos territoriais e ausência do Estado.
FONTE: bemparana.com