
O mercado financeiro revisou para baixo a expectativa de inflação no Brasil para o ano de 2025, passando de 4,63% para 4,55%, conforme divulgado nesta segunda-feira pelo Boletim Focus do Banco Central. Esta é a terceira semana consecutiva de ajuste nos índices, refletindo uma melhora gradual nas expectativas dos analistas econômicos em relação à estabilidade de preços no país.
Apesar da boa notícia no campo inflacionário, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano se mantém em 2,16%, o que demonstra um ritmo de expansão econômico ainda abaixo do potencial brasileiro.
Inflação se aproxima da meta, mas ainda exige vigilância
A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — considerado a inflação oficial — se aproxima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5% com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ainda assim, o patamar é visto com cautela pelo Banco Central, que mantém o discurso de vigilância sobre possíveis pressões inflacionárias, como alta do dólar ou aumento de combustíveis.
Perspectiva para os juros e investimentos
Com a inflação se comportando dentro do esperado, cresce a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) possa manter o ciclo de cortes na taxa básica de juros (Selic) nas próximas reuniões. Atualmente em 10,75% ao ano, a Selic pode recuar ainda mais até o fim de 2025, o que estimularia investimentos e consumo.
“Esse recuo da inflação cria espaço para políticas monetárias menos restritivas. Mas é preciso acompanhar os riscos externos, como a política de juros nos EUA e o comportamento dos preços de alimentos”, afirma a economista Laura Neves, da consultoria LCA.
Economia ainda enfrenta freios estruturais
Apesar do controle mais eficaz da inflação, a baixa previsão de crescimento evidencia limitações como o baixo investimento público, gargalos de infraestrutura e consumo das famílias ainda contido. O desempenho do mercado de trabalho tem melhorado, mas os ganhos reais de renda seguem desiguais, com impacto maior nas regiões Norte e Nordeste.
Impactos para estados como o Paraná
A moderação da inflação deve beneficiar o setor produtivo paranaense, principalmente o agronegócio e o comércio, que são sensíveis ao custo de insumos e à renda das famílias. No entanto, o desempenho econômico nacional fraco limita o potencial de expansão em nível regional, exigindo estratégias próprias de estímulo nos estados.
FONTE: agenciabrasil.ebc