
A inteligência artificial (IA) já faz parte do cotidiano escolar no Brasil, especialmente entre estudantes do Ensino Médio. No entanto, o uso crescente da tecnologia ocorre sem diretrizes claras, políticas públicas estruturadas ou formação adequada para educadores. Essa é a conclusão do estudo inédito publicado pelo Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação), que traçou um panorama nacional sobre a adoção da IA nas práticas educacionais.
Segundo o levantamento, 70% dos alunos relataram utilizar ferramentas baseadas em IA — como assistentes virtuais, corretores de texto e geradores automáticos de conteúdo — para atividades escolares. Já entre os professores, mais de 50% reconhecem o potencial da IA como apoio pedagógico, mas destacam a falta de formação técnica e a inexistência de normas institucionais que orientem o uso ético e produtivo da tecnologia.
“O uso é espontâneo e crescente, mas não é orientado. Isso pode gerar riscos tanto no aprendizado quanto na dependência de respostas automatizadas”, afirma Alexandre Barbosa, coordenador do Cetic.br.
Desigualdade no acesso
O estudo também aponta que há uma grande disparidade entre as escolas públicas e privadas. Enquanto instituições particulares têm melhor infraestrutura tecnológica e incentivam o uso responsável da IA, muitas escolas públicas ainda enfrentam dificuldades de acesso à internet, equipamentos e formação docente.
Desafios e oportunidades
Para especialistas, o momento é estratégico: o Brasil precisa investir na elaboração de diretrizes nacionais de uso da IA na educação, focando em ética, inclusão, criatividade e pensamento crítico. A ausência de uma política clara pode aprofundar desigualdades e comprometer a qualidade do ensino.
Educação no Paraná pode se beneficiar
No Paraná, onde o estado já se destaca por altos investimentos educacionais e programas tecnológicos, a formalização de diretrizes para o uso da IA pode colocar a rede estadual na vanguarda da educação digital brasileira — sobretudo se acompanhada de capacitação docente e políticas de inclusão tecnológica.
FONTE: cg.org.com