
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) iniciou nesta semana uma nova rodada de votação para definir a adesão de 96 escolas ao programa Parceiro da Escola, que propõe a gestão administrativa das unidades por meio de organizações da iniciativa privada. As consultas ocorrem nos dias 17 e 18 de novembro, das 8h às 22h, em escolas que haviam rejeitado a proposta em votações anteriores.
Segundo o governo, o objetivo é ampliar a participação das comunidades escolares e possibilitar uma nova análise da proposta, que divide a administração das escolas em duas frentes: a gestão pedagógica permanece sob responsabilidade da direção escolar, enquanto a gestão administrativa e de serviços fica a cargo de uma empresa contratada.
A Secretaria justifica a nova consulta com base na demanda de famílias e funcionários que estariam insatisfeitos com o resultado anterior e desejam reavaliar a proposta.
Reações e críticas
A decisão de realizar uma segunda consulta foi alvo de críticas por parte de parlamentares da oposição e de entidades sindicais ligadas à educação. Em nota, a APP-Sindicato classificou a medida como “uma tentativa de forçar a adesão das escolas ao modelo privatizante” e apontou falta de clareza nos critérios para a nova convocação.
Na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputados questionaram a legitimidade do novo pleito. “É preciso respeitar a decisão democrática já tomada por pais, alunos e professores. Repetir a votação até obter o resultado desejado é desrespeitoso”, disse o deputado Arilson Chiorato (PT), líder da oposição.
Adesão anterior e metas do governo
Até o momento, 125 escolas da rede estadual já aderiram ao Parceiro da Escola em consultas realizadas no primeiro semestre. A meta da Seed é expandir o programa gradualmente e, segundo o governo, os resultados iniciais mostram melhoria na manutenção predial, segurança e gestão de insumos.
O que está em jogo
A controvérsia gira em torno do modelo de parceria público-privada na educação básica. Para os defensores, trata-se de uma forma de melhorar a eficiência e liberar as direções escolares para focar no pedagógico. Para os críticos, o modelo representa privatização da gestão escolar, com riscos à autonomia e à equidade educacional.
Impacto regional
Em cidades como Apucarana, Arapongas e outras do Vale do Ivaí, parte das escolas envolvidas na consulta pertencem a contextos vulneráveis — onde a precarização de serviços básicos é mais sensível. A decisão sobre a adesão ou não ao programa pode representar mudanças significativas na rotina de alunos, professores e equipes administrativas.
A Seed-PR informou que os resultados da votação serão divulgados nos próximos dias, e que as escolas que optarem pela adesão terão a transição iniciada já no primeiro semestre de 2026.
FONTE: parana.gov.br