Em meio aos debates sobre a renovação do Plano Nacional de Educação (PNE), especialistas voltam a criticar a ideia de que o Brasil já investe o suficiente em educação. O alerta foi reforçado nesta segunda-feira (1º) por um artigo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), que contesta a tese defendida por setores do governo e de grupos econômicos.
Segundo o texto, o argumento de que o país não precisa elevar seus aportes no setor educacional ignora disparidades estruturais e comparações internacionais. Atualmente, o Brasil investe cerca de US$ 37 mil por aluno ao longo de toda a vida escolar, enquanto países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como Coreia do Sul e Singapura, aplicam cifras acima de US$ 100 mil por estudante.
A crítica ganha fôlego às vésperas da revisão do novo PNE (2024–2034), que definirá metas e diretrizes para a próxima década da educação brasileira. Para a Contee, baixos investimentos comprometem a qualidade do ensino, afetando desde a infraestrutura escolar até a formação docente e a equidade entre redes públicas e privadas.
O texto também alerta que priorizar a eficiência sem ampliar recursos pode aprofundar desigualdades, especialmente em estados e municípios com menor capacidade orçamentária. A Confederação defende um modelo de financiamento que leve em conta as necessidades reais das escolas e que garanta valorização profissional dos educadores, além da ampliação do acesso e permanência estudantil.
A discussão sobre financiamento da educação deve se intensificar nas próximas semanas, com a retomada das audiências públicas sobre o novo plano no Congresso Nacional. Representantes da sociedade civil, sindicatos e especialistas têm reiterado a importância de um orçamento compatível com os desafios educacionais do país.
FONTE: contee.org.br