O Brasil viu seu desempenho acadêmico encolher no cenário internacional. De acordo com o mais recente levantamento do Center for World University Rankings (CWUR) 2025, 87% das universidades brasileiras avaliadas perderam posições no ranking global, que analisa mais de 20 mil instituições de ensino superior ao redor do mundo.
A queda generalizada levanta preocupações sobre os rumos da educação superior no país. Especialistas apontam para o baixo investimento em pesquisa, cortes orçamentários frequentes e a desvalorização da carreira docente como causas estruturais da retração.
Apesar do desempenho tímido, algumas instituições brasileiras se mantiveram em posição de destaque. É o caso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que ocupa a 13ª posição entre as melhores universidades da América Latina e Caribe e a 9ª colocação entre as brasileiras. A UFSC avançou em indicadores como produção científica e influência acadêmica.
“Os dados confirmam uma tendência preocupante de perda de protagonismo científico do Brasil, enquanto países vizinhos, como Argentina e México, têm mantido ou até melhorado sua colocação”, observa a professora Mariana Torres, especialista em políticas públicas educacionais.
O ranking do CWUR leva em consideração quatro pilares principais: qualidade de ensino, empregabilidade de ex-alunos, resultados de pesquisa e impacto global. Embora o Brasil mantenha uma presença relevante com 53 instituições listadas entre as 2.000 melhores, o predomínio de quedas mostra um sinal de alerta para o setor.
📉 Crise estrutural e cenário futuro
A crise no financiamento da ciência e tecnologia, associada à estagnação em políticas de internacionalização e inovação, prejudica a capacidade de competitividade das universidades brasileiras em relação a seus pares internacionais.
Com o novo Plano Nacional de Educação (PNE 2024–2034) em fase de discussão no Congresso, o Ministério da Educação sinaliza a intenção de retomar o protagonismo acadêmico brasileiro, com foco em valorização dos docentes, expansão do ensino superior e fortalecimento da pós-graduação.
Enquanto isso, os dados do CWUR acendem o alerta: sem planejamento de longo prazo e financiamento estável, o Brasil corre o risco de ver suas universidades perderem ainda mais espaço em um cenário global cada vez mais competitivo.
FONTE: UFSC