
A educação pública paranaense vive um momento decisivo nesta semana. Começou nesta segunda-feira (18) a consulta pública que definirá o modelo de gestão de 96 escolas da rede estadual. As comunidades escolares foram convocadas a votar entre dois formatos: a transformação em colégios cívico-militares ou a adesão ao Programa Parceiro da Escola, que permite a cogestão por empresas privadas.
A votação está sendo realizada de forma presencial nas próprias escolas, com urnas abertas das 8h às 22h. Estão aptos a votar pais ou responsáveis, alunos maiores de 18 anos, professores e servidores das unidades participantes.
Segundo a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR), a decisão será soberana: o modelo que obtiver a maioria simples dos votos será implementado já no início do ano letivo de 2026.
Dois modelos, debates intensos
O colégio cívico-militar, já existente em parte da rede estadual, é administrado com apoio de militares da reserva, priorizando disciplina e hierarquia. Já o Programa Parceiro da Escola propõe a gestão administrativa terceirizada, enquanto a parte pedagógica continua sob responsabilidade da Seed.
As propostas geram controvérsias. De um lado, defensores alegam que a mudança poderá melhorar a eficiência da gestão escolar, segurança e desempenho. De outro, há críticas sobre a privatização de serviços públicos, falta de consulta prévia e riscos à autonomia pedagógica.
Participação ativa das comunidades escolares
O processo de consulta ocorre em um contexto de polarização sobre os rumos da educação pública. Em várias cidades, reuniões e mobilizações foram organizadas nos dias que antecederam a votação.
A Seed reforça que a iniciativa visa promover maior participação da comunidade escolar nas decisões e afirma que “a escolha democrática fortalece o compromisso coletivo com a qualidade da educação”.
Próximos passos
O resultado da votação será divulgado após a apuração local em cada escola. A secretaria informou que irá respeitar o voto da maioria e que escolas que optarem por não aderir a nenhum dos dois modelos continuarão no formato tradicional de gestão direta pelo estado.
Esse momento marca uma mudança significativa na organização da rede estadual e pode servir de modelo — ou alerta — para outros estados que discutem a modernização da gestão escolar.
FONTE: gazetadopovo.com.br