Em um gesto simbólico e estratégico para a valorização da diversidade cultural e da educação inclusiva, o estado do Ceará inaugurou uma nova escola de Ensino Médio voltada especificamente para atender à comunidade quilombola local. A unidade, que começou suas atividades com apenas 70 estudantes, hoje já registra 266 alunos matriculados, evidenciando a crescente demanda por educação de qualidade entre as populações tradicionais.
Localizada no município de Fortim, a escola foi projetada para atender às especificidades culturais, sociais e históricas da comunidade quilombola, integrando currículo regular com conteúdos voltados à identidade afro-brasileira, ancestralidade e cidadania. A proposta pedagógica é orientada por uma abordagem intercultural e contextualizada, conforme as diretrizes da Lei 10.639/2003.
Durante a cerimônia de inauguração, a secretária estadual de Educação, Eliana Estrela, destacou o papel transformador da escola:
“Aqui começa a construção de muitos projetos de vida. O conhecimento é o maior bem que ninguém pode tirar da gente.”
Além das salas de aula equipadas, o novo espaço conta com laboratórios, biblioteca, refeitório e espaços de convivência. A escola foi erguida com recursos estaduais, com apoio de programas federais voltados ao fortalecimento da educação básica.
Especialistas e movimentos sociais avaliam que a iniciativa marca um avanço concreto na efetivação do direito à educação das comunidades quilombolas no Brasil, frequentemente excluídas de políticas públicas estruturadas. O modelo poderá servir como referência para outras regiões do país.
A ação se insere em um contexto mais amplo de políticas educacionais voltadas à inclusão étnico-racial, um dos desafios persistentes do sistema educacional brasileiro.