Pela primeira vez na história do ensino superior brasileiro, as matrículas em cursos na modalidade Educação a Distância (EAD) superaram as presenciais. Os dados fazem parte do Censo da Educação Superior 2024, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e sinalizam uma transformação profunda no perfil dos estudantes e na oferta educacional no país.
Segundo o levantamento, o Brasil conta atualmente com mais de 10,2 milhões de estudantes matriculados no ensino superior, sendo 5,4 milhões em cursos a distância, enquanto os cursos presenciais somam 4,8 milhões de alunos. O crescimento do EAD foi de 2,5% em relação ao ano anterior, mantendo a tendência de expansão observada nos últimos anos.
Especialistas atribuem esse avanço à flexibilidade de horários, menor custo das mensalidades e à ampliação da infraestrutura digital das instituições. Além disso, a pandemia da Covid-19 foi um marco que consolidou a aceitação do ensino remoto como uma alternativa viável e cada vez mais qualificada.
No entanto, o cenário também levanta preocupações sobre a qualidade da formação oferecida em algumas instituições. Entidades da área educacional cobram maior fiscalização e critérios rigorosos de avaliação para os cursos EAD, especialmente nas graduações com grande impacto social, como pedagogia, enfermagem e direito.
O Ministério da Educação afirma que está revisando as diretrizes para autorização, reconhecimento e supervisão dos cursos a distância, com o objetivo de garantir equidade na qualidade entre as diferentes modalidades.
A tendência, segundo analistas, é de que o EAD continue crescendo, mas com maior exigência de regulação, inovação pedagógica e adaptação das metodologias de ensino às realidades regionais e tecnológicas do país.
FONTE: agenciabrasil.com