
Após meses de negociações e incertezas regulatórias, o governo brasileiro anunciou a resolução do impasse relacionado à importação de biocombustíveis dos Estados Unidos, medida que pode destravar o comércio bilateral no setor de energia renovável. O anúncio foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, durante evento em São Paulo.
O entrave girava em torno das regras do programa RenovaBio, que exigia certificações específicas para a concessão de créditos de descarbonização (CBIOs). Empresas norte-americanas enfrentavam dificuldades para obter a autorização necessária para exportar etanol e outros biocombustíveis ao mercado brasileiro. Segundo Alckmin, essas barreiras foram “praticamente resolvidas” com ajustes nos critérios técnicos e homologações no sistema de certificação ambiental.
“Agora temos condições técnicas e legais para permitir que empresas estrangeiras, incluindo norte-americanas, participem do mercado de biocombustíveis brasileiro com maior fluidez e segurança jurídica”, afirmou o vice-presidente.
Impacto comercial e ambiental
A normalização das importações representa um avanço significativo para o setor de combustíveis renováveis, além de fortalecer a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos em um momento em que ambos os países buscam acelerar suas agendas de descarbonização.
O Brasil, maior produtor mundial de etanol à base de cana-de-açúcar, também se beneficia com o aumento da competitividade no setor e da diversidade de fornecedores, o que pode impactar diretamente os preços internos e a estabilidade do abastecimento.
Especialistas consideram a medida estratégica, sobretudo às vésperas da COP30, em que o Brasil pretende reforçar sua liderança na transição energética global.
FONTE: reuters.com