O Brasil ocupa a primeira posição entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no número de estudantes por docente nas instituições privadas de ensino superior. Segundo o relatório Education at a Glance 2025, cada professor brasileiro atende, em média, 62 alunos. A marca é mais que o triplo da média da OCDE, que é de 18 estudantes por docente.
O dado reacende o debate sobre a qualidade do ensino superior privado no país, que concentra grande parte das matrículas universitárias. Para especialistas, a proporção elevada pode comprometer o acompanhamento individualizado dos alunos, a produção científica e até mesmo a permanência estudantil.
O relatório aponta ainda que o Brasil figura entre os países com altas taxas de evasão no ensino superior: 25% dos estudantes abandonam os cursos no primeiro ano, e apenas 49% concluem a graduação no prazo esperado.
Representantes do setor privado alegam que a expansão do acesso à universidade, especialmente por meio do ensino a distância, ajuda a explicar os números, mas defendem que as instituições mantêm parâmetros mínimos de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC).
Para analistas, o desafio do Brasil está em equilibrar massificação e qualidade, garantindo que o aumento de matrículas não ocorra em detrimento da formação acadêmica.
FONTE: conectapiaui.com.br