A economia da zona do euro apresentou um crescimento tímido de 0,1% no segundo trimestre de 2025, segundo dados preliminares divulgados nesta terça-feira pelo Eurostat, o escritório de estatísticas da União Europeia. O resultado representa uma desaceleração em relação ao desempenho observado nos três primeiros meses do ano, quando o bloco havia crescido 0,6%.
Especialistas atribuem o resultado fraco à pressão de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e à queda no consumo em algumas das maiores economias do bloco, como Alemanha e Itália. A expectativa criada por uma possível retaliação americana levou muitas empresas a anteciparem exportações no primeiro trimestre, inflando artificialmente os resultados anteriores e contribuindo para a retração parcial no segundo trimestre.
Com isso, o crescimento do bloco volta a um ritmo lento, refletindo fragilidade da recuperação europeia diante de incertezas externas e dificuldades internas. “O impulso econômico que vimos no início do ano claramente perdeu força”, afirmou Marie Keller, analista-chefe do ING Europa. “A indústria segue pressionada por custos logísticos, juros elevados e demanda global instável.”
A Alemanha, principal motor da economia europeia, teve retração de 0,1%, configurando um quadro de recessão técnica, com dois trimestres seguidos de contração. A França, por sua vez, manteve estabilidade com crescimento zero, enquanto países como Espanha e Irlanda registraram expansões modestas.
O Banco Central Europeu (BCE), que manteve os juros em 4,5% desde março, enfrenta um dilema: conter a inflação ainda acima da meta ou reduzir os custos do crédito para estimular a atividade. O presidente do BCE, François Delorme, afirmou que a instituição “acompanha com cautela o desempenho econômico” e não descarta uma flexibilização gradual ainda em 2025.
FONTE: financialtimes.com