
As disputas comerciais entre grandes potências voltaram a dominar os debates econômicos internacionais. A imposição de novas tarifas por parte dos Estados Unidos, especialmente sobre produtos da China, Japão e Suíça, está provocando efeitos em cadeia que já se refletem nos indicadores econômicos de diversas nações.
De acordo com análise publicada pelo portal Axios, a economia japonesa encolheu quase 2% no terceiro trimestre de 2025, enquanto a Suíça registrou retração de 0,5% em seu Produto Interno Bruto (PIB). Já a China enfrentou a maior queda mensal nas exportações desde o início da escalada tarifária, alimentando preocupações sobre um possível arrefecimento do comércio global.
A volta do protecionismo e seus efeitos colaterais
O governo norte-americano justifica as tarifas como forma de proteger a indústria local e conter desequilíbrios comerciais. No entanto, economistas alertam que a medida representa um retrocesso no esforço de integração econômica global, e pode resultar em desaceleração do investimento, encarecimento de produtos e aumento da instabilidade nos mercados.
“A guerra tarifária gera um ambiente de incerteza que afeta toda a cadeia de suprimentos mundial. Até países que não estão diretamente envolvidos sofrem os efeitos indiretos”, explica o analista Andrew Lewis, da Oxford Economics.
Reflexos no Brasil e nos mercados emergentes
Para o Brasil, que depende de exportações de commodities e produtos manufaturados, o cenário impõe desafios adicionais. A desaceleração da China, por exemplo, pode impactar a demanda por soja, minério de ferro e carnes brasileiras — setores fundamentais para o superávit da balança comercial do país.
Ao mesmo tempo, o Brasil pode se beneficiar de movimentos de realocação de cadeias produtivas, caso consiga oferecer segurança jurídica, infraestrutura e mão de obra qualificada.
Riscos e oportunidades
Analistas defendem que, diante do novo cenário, diversificar mercados, agregar valor aos produtos exportados e fortalecer o mercado interno são estratégias-chave para mitigar os impactos das tensões comerciais internacionais.
Com a globalização entrando em fase de fragmentação e reorganização, os próximos meses devem ser marcados por ajustes nas estratégias de comércio exterior, exigindo respostas rápidas por parte dos governos e do setor produtivo.
FONTE: axios.com