Tarifas dos EUA entram em vigor com impacto moderado para exportações brasileiras

Economia6 days ago

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras entraram em vigor nesta quarta-feira (6), mas o impacto inicial foi suavizado graças à exclusão de cerca de 700 itens da taxação. A alíquota de 50% incide sobre aproximadamente 36% dos produtos brasileiros exportados ao mercado norte-americano, segundo estimativas do Ministério das Relações Exteriores.

Apesar da retórica dura que cercou o anúncio das medidas — associadas por alguns analistas a pressões políticas e comerciais da atual administração norte-americana —, setores estratégicos como aviação, celulose, energia e combustíveis foram poupados da nova tarifação. A decisão foi bem recebida por empresários desses ramos, mas provocou insegurança em setores como piscicultura, madeira e café, que seguem diretamente afetados.

No Paraná, maior produtor de tilápia do Brasil, representantes da cadeia agroindustrial alertaram que cancelamentos de contratos internacionais e cortes na produção já começaram a ser registrados. “Estamos trabalhando com margem mínima. Com esse custo extra, muitos produtores vão parar”, afirmou Luiz Gustavo Karpinski, do Sindicato dos Piscicultores do Estado.

Em resposta, o governo brasileiro formalizou pedido de consulta na Organização Mundial do Comércio (OMC), primeiro passo para uma eventual disputa legal contra as tarifas. O Ministério da Economia também anunciou que avalia linhas de crédito emergenciais e desoneração tributária temporária para setores mais atingidos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou as tarifas como “injustificadas e incompatíveis com a relação estratégica entre os dois países”, mas evitou escalar o tom diplomático. O mercado financeiro reagiu positivamente à exclusão parcial das tarifas: o Ibovespa fechou em alta de 1,28% e o dólar caiu 0,52%, cotado a R$ 5,478.

Apesar do alívio parcial, analistas econômicos alertam que o episódio evidencia a vulnerabilidade das exportações brasileiras diante de oscilações geopolíticas. “É um chamado à diversificação de parceiros comerciais e à redução da dependência dos Estados Unidos”, avaliou a economista Laura Nasser, do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV).

FONTE: agenciabrasil.com

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