O Brasil registrou um superávit comercial de US$ 7,1 bilhões no mês de julho, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (6) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Apesar de positivo, o número representa uma queda de 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado, sinalizando uma desaceleração no ritmo de crescimento da balança comercial brasileira.
Segundo o relatório, o desempenho mais tímido se deve ao avanço das importações, que cresceram 8,4% na comparação anual, enquanto as exportações aumentaram 4,8%. A elevação das importações foi puxada principalmente pela alta na aquisição de bens de capital e combustíveis, reflexo de uma recuperação gradual da atividade industrial e da pressão do câmbio sobre os insumos estrangeiros.
As exportações, por sua vez, mantiveram desempenho positivo, especialmente nos setores de agronegócio e mineração, mas enfrentaram oscilações nos preços internacionais, o que afetou o valor total embarcado. As incertezas provocadas pela nova política tarifária dos Estados Unidos também contribuíram para o comportamento mais cauteloso dos mercados.
Apesar da desaceleração pontual, o acumulado do ano segue em trajetória favorável, com superávit superior a US$ 49 bilhões até julho, o segundo melhor desempenho histórico para o período. Economistas veem o dado como um sinal de resiliência, mas alertam para possíveis impactos mais fortes a partir de agosto, com a entrada em vigor do tarifaço norte-americano sobre produtos brasileiros.
O governo federal afirmou que seguirá monitorando os efeitos da nova política comercial dos EUA e estuda medidas para incentivar a diversificação de mercados externos, especialmente na Ásia e América Latina.
FONTE: reuters.com