Em vigor desde fevereiro, o reajuste de 7,5% no salário mínimo, que elevou o piso nacional para R$ 1.518, já começa a impactar o mercado interno e o comportamento de consumo das famílias brasileiras. A medida, considerada uma das principais apostas do governo federal para estimular a economia em 2025, beneficia diretamente mais de 60 milhões de brasileiros, entre trabalhadores formais, aposentados e beneficiários de programas sociais.
O aumento, acima da inflação registrada no período, foi possível graças à nova política de valorização do mínimo, que considera não apenas a reposição inflacionária, mas também o crescimento do PIB de dois anos antes. Economistas apontam que esse modelo garante ganhos reais de poder de compra, especialmente para as camadas de menor renda, que tendem a direcionar a maior parte da renda extra ao consumo imediato.
Com isso, setores como varejo alimentar, vestuário e serviços pessoais já registram incremento na demanda. Pequenas e médias empresas, sobretudo no comércio, vêm relatando aumento nas vendas e melhora na movimentação local. Dados preliminares da Confederação Nacional do Comércio indicam crescimento de 3,7% no desempenho de PMEs em junho, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
“O reajuste do mínimo é uma medida com forte efeito multiplicador, especialmente em regiões onde ele serve como base de referência para boa parte da população ativa”, explica Luís Roberto Pontes, professor de Economia da UFPR. Segundo ele, o impacto é ainda mais expressivo em cidades do interior e capitais do Norte e Nordeste.
Apesar do otimismo no consumo, analistas alertam que ganhos salariais acima da produtividade podem gerar pressão adicional sobre a inflação, sobretudo se combinados com estímulos ao crédito. O desafio será conciliar valorização da renda com o controle dos preços e a manutenção do equilíbrio fiscal.
FONTE: economia.uol.com