O real brasileiro encerrou a terça-feira (12) como a moeda de melhor desempenho entre as principais divisas da América Latina, impulsionado por um fluxo consistente de capital estrangeiro em busca de retornos elevados. A alta está diretamente relacionada às taxas de juros domésticas, consideradas atrativas no chamado carry trade, estratégia em que investidores tomam empréstimos em moedas de baixo rendimento para aplicar em ativos mais rentáveis.
De acordo com o índice MSCI EM Latin America Currency, que acompanha o desempenho cambial da região, a valorização acumulada no ano chega a 20%, colocando o real à frente do peso mexicano e de outras moedas emergentes. O movimento ocorre em um momento em que os mercados globais projetam cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos, o que tende a reduzir a atratividade do dólar e favorecer ativos de maior risco.
Analistas destacam que, além do diferencial de juros, o cenário doméstico relativamente estável e a perspectiva de medidas para conter o impacto das tarifas impostas pelos EUA às exportações brasileiras reforçaram a confiança de investidores internacionais. “O Brasil está surfando uma onda de otimismo que combina fundamentos internos sólidos com um ambiente externo favorável aos emergentes”, afirmou um economista de mercado.
Apesar da valorização, especialistas alertam que o real segue vulnerável a fatores externos, como mudanças abruptas na política monetária norte-americana e tensões no comércio internacional. Ainda assim, o desempenho recente reforça a posição do Brasil como destino relevante para o capital global em 2025
FONTE: reuters.com