
A economia brasileira registrou crescimento tímido de apenas 0,1% no terceiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, abaixo das expectativas do mercado, confirma o ritmo de desaceleração da atividade econômica e acende o alerta para os próximos meses.
O desempenho foi puxado principalmente por uma estagnação no setor de serviços, responsável por mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Ao mesmo tempo, a indústria apresentou leve retração, enquanto a agropecuária manteve variação estável, após avanços expressivos no primeiro semestre.
Segundo analistas, o crescimento modesto é reflexo do impacto prolongado da taxa Selic elevada (atualmente em 15%), que tem inibido o consumo, o crédito e o investimento privado. “Estamos vendo os efeitos esperados de uma política monetária restritiva. A economia está claramente perdendo tração”, avaliou o economista Maurício Pereira, da Fundação Dom Cabral.
Apesar do resultado fraco no trimestre, o PIB acumula alta de 2,7% nos nove primeiros meses de 2025, sustentado pelo forte desempenho da agropecuária e do setor externo no início do ano. No entanto, a projeção de crescimento anual já está sendo revista por instituições financeiras, que agora apontam para um encerramento de 2025 com crescimento em torno de 2,25%.
A expectativa do mercado e do governo é que a desaceleração atual seja transitória e que um eventual ciclo de queda nos juros em 2026 possa estimular uma retomada mais vigorosa. Ainda assim, os dados reforçam a necessidade de medidas de estímulo produtivo e atenção redobrada à geração de empregos e à confiança dos consumidores.
FONTE: reuters.com