A recente decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar novas tarifas de importação sobre uma série de produtos brasileiros acendeu um alerta entre os exportadores do Paraná. O estado, que tem nas vendas externas uma de suas principais fontes de receita, figura entre os mais expostos aos impactos da medida, especialmente nos setores de agroindústria, papel e celulose e máquinas agrícolas.
As novas tarifas, que fazem parte de uma política de proteção do mercado interno norte-americano, atingem produtos que têm forte presença na pauta de exportações do Paraná. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os EUA são o segundo principal destino das exportações paranaenses, atrás apenas da China.
Produtos como óleo de soja, móveis de madeira, laminados, autopeças e equipamentos eletrônicos podem sofrer aumento de competitividade negativa com a nova taxação, reduzindo margens de lucro e, em alguns casos, inviabilizando operações.
Diante do cenário, a Assembleia Legislativa do Paraná agendou uma audiência pública para discutir os desdobramentos da política tarifária norte-americana sobre a economia estadual. A sessão contará com a presença de representantes do setor produtivo, federações da indústria, comércio exterior, cooperativas e parlamentares federais.
“O Paraná é um estado exportador e não pode ficar à margem de uma discussão estratégica como essa. Precisamos dialogar com o governo federal e defender os interesses dos nossos produtores”, afirmou o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSD).
As entidades do setor industrial e agrícola também estão mobilizadas para pressionar o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com o objetivo de buscar exceções diplomáticas, compensações comerciais ou o encaminhamento do caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), se necessário.
Analistas alertam que, além do impacto imediato nas exportações, o tarifaço pode afetar empregos em setores com forte presença no interior do estado, como nas regiões Norte e Oeste, onde estão concentradas indústrias de transformação e agroexportadoras.
FONTE: parana.gov.br