Ministro da Fazenda critica nível atual da taxa Selic e defende antecipação de cortes

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como “excessivamente restritiva” a atual taxa básica de juros, fixada em 15% ao ano, e defendeu que o Banco Central avalie a possibilidade de antecipar o início do ciclo de cortes.

Em declarações feitas nesta semana, Haddad argumentou que o cenário de inflação projetado para os próximos meses abre espaço para uma política monetária menos rígida. Segundo estimativas do próprio Banco Central, o índice oficial de preços pode encerrar 2025 abaixo de 5%, mesmo com os impactos das tarifas impostas recentemente pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

“O nível atual da Selic, mantido por um período prolongado, tem efeitos significativos sobre o crédito, o consumo e a atividade econômica como um todo. Precisamos avaliar se não há margem para ajustar essa postura mais cedo”, afirmou o ministro.

O Comitê de Política Monetária (Copom) mantém a Selic no patamar de 15% desde março, em um esforço para ancorar expectativas inflacionárias diante de pressões externas e internas. No entanto, o tom adotado por Haddad reacende o debate sobre o equilíbrio entre o controle de preços e o estímulo ao crescimento, especialmente em um momento de incertezas no comércio internacional.

Analistas de mercado avaliam que a pressão do Executivo sobre a autoridade monetária deve ganhar força nas próximas semanas, à medida que novos indicadores de inflação e atividade sejam divulgados.

FONTE: reuters.com