Após semanas de alta impulsionada pelo avanço da inteligência artificial no setor corporativo, os principais mercados financeiros globais encerraram esta sexta-feira em queda generalizada, refletindo um movimento de realização de lucros e cautela diante de incertezas geopolíticas e comerciais.
O índice S&P 500, referência do mercado americano, recuou ligeiramente após ter atingido uma nova máxima histórica de 6.363,35 pontos, ainda sustentado pelos ganhos acumulados de gigantes da tecnologia como Alphabet, que subiu 1% após divulgação de lucros acima do esperado. Por outro lado, a Tesla teve forte retração de 8,2%, pressionando o índice Nasdaq, que também havia renovado recorde na véspera.
Na Europa, os principais índices — FTSE 100 (Reino Unido), DAX (Alemanha) e CAC 40 (França) — fecharam em queda, refletindo o clima de aversão ao risco diante das tensões comerciais entre os Estados Unidos e parceiros asiáticos, além de incertezas sobre a trajetória dos juros no continente. O Banco Central Europeu manteve a taxa básica em 2%, interrompendo uma sequência de cortes, o que contribuiu para o tom mais defensivo do mercado europeu.
Na Ásia, o Nikkei 225 (Japão) recuou 0,9% após o governo norte-americano sinalizar novas tarifas de importação de 15%, o que pode afetar diretamente a indústria automotiva japonesa. Já o Kospi (Coreia do Sul) subiu 0,3%, em meio à valorização de empresas ligadas à cadeia de suprimentos de semicondutores.
Especialistas avaliam que, embora o entusiasmo com a inteligência artificial tenha impulsionado os mercados ao longo de 2025, os investidores agora adotam uma postura mais cautelosa, monitorando indicadores macroeconômicos, decisões de bancos centrais e riscos geopolíticos.
A volatilidade pode se intensificar nas próximas semanas, com a expectativa de novos dados sobre o crescimento dos Estados Unidos, divulgação de balanços corporativos e os desdobramentos das disputas tarifárias. Analistas alertam que, apesar das quedas pontuais, o cenário de médio prazo ainda é positivo para ações de tecnologia e setores ligados à inovação.
FONTE: apnews.com